
007 Contra a Chantagem Atômica
Detalhes sobre a polêmica em torno do filme.
Será um prazer poder falar de um tema que aprecio tanto e poder compartilhar um pouco deste conhecimento com vocês. O assunto de hoje é sobre o polêmico “007 Contra a Chantagem Atômica”, filmado originalmente em 1965 e depois refeito sob o título “Nunca Mais Outra Vez” em 1983 fora da franquia oficial.
O personagem surgiu, como uma forma de terapia para o ex-agente da marinha britânica Ian Fleming. Maneira que seu psicólogo encontrou para Fleming deixar o estresse de lado, por no papel suas aventuras, que se confundem com a vida de bon vivant que levava. Assim, nos anos 50, em sua casa na Jamaica denominada “Goldeneye” nasceu o maior dos heróis: oficialmente foram 14 livros, de 1953 a 1966, sendo o 14º “Octopussy and The Living Daylights” postumamente.
O diferencial foi “007 Contra a Chantagem Atômica” (“Thunderball”), quando Ian Fleming teve a ideia de levar 007 às telonas. Inicialmente procurou o roteirista Kevin McClory, que desenvolveu muitos elementos, dentre eles a tal organização Spectre e seu líder maior Ernst Stavro Blofeld.
Era para ter sido o primeiro filme de Bond nos cinemas, mas somente em 1965 que “Thunderball” ganhou as telas, tendo McClory como coprodutor , junto a Harry Saltzman e Albert “Cubby” Broccoli: os produtores oficiais de quase todos os filmes da série.
Até aqui explicados todos os pontos, vamos entender a problemática que haveria a até 2014, em arrastada disputa judicial envolvendo McClory e os herdeiros de Fleming junto aos produtores da série.
Kevin McClory entrou com ação requisitando direitos autorais sobre o livro de 1961, acusando Fleming de plágio e direitos sobre a bilheteria do filme. Fato que de certa forma ele conseguiu na justiça: o impedimento que utilizassem os nomes Spectre e Blofeld. Também adquiriu os direitos sobre o roteiro “Thunderball”. Exatamente por isso a organização criminosa assim como seu líder não puderam ser usados nos filmes.
Em 1983 em plena era Roger Moore era lançado o 13º filme da franquia “Octopussy”, que inesperadamente ganhou um concorrente quando McClory procurou a Warner e resolve usar o roteiro de “Thunderball”, chamando o envelhecido Sean Connery para o papel. “Nunca Mais Outra Vez” (1983) foi um tombo muito grande para Kevin McClory, um fracasso, mas o filme marcou a estreia da modelo Kim Basinger como a bondgirl Domino. Um dos motivos para o filme não ir bem foi a total falta de empatia entre Connery e Basinger e excessos de sátiras em cenas grotescas.
Kevin persistiria até 2012, quando faleceu, e a MGM/Sony se tornou a detentora dos direitos e finalmente a novela chegou-se ao fim. No início de 2015 o diretor Sam Mendes anunciou “Spectre” como novo filme oficial de 007, dando por fim a uma das maiores brigas por direitos autorais da história do cinema.
E sobre “Thunderball”? O filme original é o quarto a série, considerado pioneiro em filmagens subaquáticas. Temos o grandioso ator italiano Adolfo Celi interpretando o vilão Emilio Largo; locações clássicas nas ilhas Bahamas, bondgirls de cair o queixo como Claudine Auger e Luciana Paluzzi e, claro, Sean Connery no auge da carreira, em seu quarto filme sobre o agente. “Chantagem Atômica” foi a maior bilheteria daquele ano e ainda rendeu Oscar de efeitos especiais.
Talvez seja por isso que Kevin McClory tenha persistido tanto (risos). Até a próxima pessoal.
Tags: Thunderball, Sean Connery, Filmes